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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tão Meu

Hoje eu resolvi realmente parar e ouvir meu subconsciente. Ele berrava tanto e há tantos dias que eu não era capaz de entender mais nada do que ele estava dizendo. Era uma mistura tão grande de pensamentos, uma oscilação tão grande de idéias, ora boas, ora infernais que eu acabei me perdendo dentro de mim mesma. Fiz vista grossa pra tudo que estava dentro de mim.

No momento em que eu fechei os olhos, coloquei uma velha aliança que sempre me fez pensar em coisas boas, segurei firme meu escapulário, eu desabei. Assim, súbito e intenso. Desabei, desmoronei, gritei. Tudo que estava em minha cabeça saia pela minha garganta rasgando toda força que eu tinha construído ponto a ponto nesses últimos meses em silêncio.

Minhas mãos se apertavam com tanta força que eu podia sentir o estalar de cada ossinho, a pressão de cada veia, o fincar de cada unha na minha pele.

Minha cabeça tinha uma mistura de oco e pressão que era como se eu estivesse fora de mim, oculta por um som que nem eu mesma entendia, ou não queria entender.

Minha voz, minhas lágrimas, minha respiração.. era como se não fossem meus, como se não partissem de mim.

O tempo que durou essa agonia eu não sei, mas pra mim foi a eternidade que se mostrou em vida. Os melhores e piores segundos da minha vida.

Me senti mais humana.

No momento em que meu coração começava a se acalmar, as lágrimas secavam e a consciência caia em si eu consegui me ouvir. Me decepcionei com o quanto eu sou frágil e com o quanto me deixei envolver em pensamentos que só me diminuíam.

De olhos fechados deitei no chão e me encolhi toda pra tentar esconder todo vazio que se instalou. Tudo que eu queria eram mãos carinhosas sobre mim, junto com aquele perfume e aquela pele que só de lembrar me fazem suspirar. Em resposta o gelado do chão me fez arrepiar e como foi triste perceber o quanto a realidade e aquele momento meu se cruzavam: eu só tinha a frieza quando só desejava o calor e o afago.

Segurei novamente aquela aliança e vi que finais felizes podem ser aqueles que marcam e que a gente guarda com carinho e admiração. E eu admiro aquela aliança, a atitude que desencadeou aquela aliança, aquela história, o amor em suas diversas formas. Me recusei a chorar por aquela aliança. Não existe chorar de saudade, existe a emoção dos momentos. A saudade existe quando os dias de hoje são piores que os de ontem. Eu me perdi dos dias de ontem e hoje não sou quem e o que gostaria de ser.

Segurei novamente aquele escapulário e lembrei outra vez que aquele escapulário foi pressionado com tal força e comecei a rir porque vi que hoje pra mim aquilo não foi nada. Deus deve ter dado suas risadas comigo, pois apesar de fazer o mesmo pedido que naquele dia, mesmo em circunstancias parecidas, porém com personagens diferentes, hoje eu peço paz.

2 comentários:

Livia disse...

Olá meninas!
Já ia deixar comentário reclamando que vocês não estavam postando mais. Nos abandonaram! Rs.
É impressionante como a gente se identifica com o momento de cada uma de vocês. Quem nunca viu o chão desmoronar desta maneira? E que bela narração esta.
Clarice Lispector dizia "Por um instante, como se tivessem combinado, ele beijou sua mão, humanizando-se. Pois havia o perigo de, por assim dizer, morrer de amor."
Com certeza uma parte dentro de você reviveu neste dia e tenha força para mante-la viva.
Sucesso, girls!

julyanna_gata12 disse...

muitoo lindoo...
Parabéns pelo Blog...PERFEITOO!!!
Parece saber realmente o que se passa nas nossas vidas...
MAs Sucesso!!!

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